sábado, 17 de janeiro de 2009

PerCurso "1604 ou 1726? (ou Como Nasce uma Cidade)"

realizado em 17 de janeiro de 2009

Ano passado, a cidade de Fortaleza comemorou oficialmente 282 anos de fundação. Porém, 2008 foi também o ano em que foram retomados antigos questionamentos sobre a validade desta data, suscitando a formulação de um projeto de lei municipal que alterava a data de fundação da cidade de 13 de abril de 1726, para 25 de junho de 1604. Qual o sentido dessa mudança? Que significados ela tem para compreensão histórica da cidade? A partir destes questionamentos fomos à Barra do Ceará, onde visitamos o monumento que marca o local de construção do Forte São Tiago (tido pelos defensores da nova datação como o marco zero da capital cearense) e o entorno da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção (até então concebido como o “núcleo duro”, a partir do qual a cidade surgiu e se expandiu). Nestas visitas, desenvolvemos uma apreciação sobre a validade de cada proposta, fomentando um debate sobre a polêmica do aniversário da cidade.

Ficha Técnica:

Coordenação: Crisóstomo da Cunha (CCBN)

Produção: Vicente Neto (Mediação de Saberes)

Mediador Convidado: Américo Souza, historiador


Qual o marco de nascimento de uma cidade? O primeiro prédio, as primeiras pessoas, as primeiras instituições políticas? um decreto? 1604, 1611, 1649, 1701, 1726... Para cada resposta há datas possíveis.


O Historiador Américo Souza fala da discussão entre os intelectuais Raimundo Girão e Isamael Pordeus, que duelaram nos anos sessenta publicando diversos artigos sobra aquestão da origem da cidade.

Percurseiros reunidos na Barra do Ceará, em frente ao morro de São Tiago, local de construção dos fortes de São Tiago e São Sebastião. A região está no centro da polêmica, reeditada no fim de 2008 pelo Jornalista Adauto Leitão e vereador Idalmir Feitosa.

Ao fundo, a 10ª Região Militar, anteriormente Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção. No mesmo local, em 1649, foi levantado o forte de Schoonenborch.


Segundo Raimundo Girão, foi no entorno desse forte que se desenvolveu o núcleo duro que deu origem a Fortaleza: a Casa de Câmara, a Igreja, a Cadeia Pública, o Pelourinho - símbolos do poder do estado e da autonomia da Vila. Ainda seugundo Girão, a povoação no entornos do Forte da Barra do Ceará apenas começou, mas não teve continuidade histórica.

O projeto de Lei de autoria do Vereador Idalmir Feitosa, baseado em pesquisas do Jornalista Adauto Leitão, propunha a mudança do aniversário da cidade. Da atual data 13 de abril de 1726 (assinatura do decreto que elevou Fortaleza a categoria de Vila, dotando-lhe, pois, de autonomia) passaria a 25 de juljo de 1604 (remontando à construção do Forte de São tiago, na Barra)


Aprovada em primeira votação na Câmara Municipal, a mudança de data foi rejeitada na segunda vez que foi posta em pauta. Entre as duas votações, a câmara promoveu um debate com a participação de histotiadores locais tendo à frente o historiador e vice-governador do Estado, Franciso Pinheiro, especialista em história Colonial.


A reflexão proposta pelo PerCursos Urbanos e por Américo Souza foi: qual a importância de se discutir a origem da cidade?


Cada posição se baseia em determinados pressupostos que abrigam questões políticas, sociais e até filosóficas. Escolher uma data, qualquer que seja, significa escolher que memória queremos reverenciar enquanto cidadãos. Quais são os síbolos e valores que julgamos importantes e por fim, como vemos e como queremos a cidade que habitamos.

sábado, 10 de janeiro de 2009

PerCurso "Paisagens Sonoras"

(realizado em 10 de janeiro de 2009)

Pessoas que não enxergam nos conduziram pela cidade, levando-nos a conhecê-la através da escuta, do tato e da atenção sinestésica. Questões como acessibilidade e comunicação foram debatidas.

Ficha Técnica:

Coordenação: Crisóstomo da Cunha (CCBN)

Produção: Julio Lira (Mediação de Saberes)

Mediadores Convidados: Antônio Mota, presidente da Associação de Cegos do Estado do Ceará – ACEC; Carlos Viana, funcionário do setor de Braile da Biblioteca Pública Gov. Menezes Pimentel; e José Waldyr, massoterapeuta.

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