sexta-feira, 11 de setembro de 2009

PerCurso "Cidade-Salão"

(realizado em 29 de agosto de 2009)

A vontade de educar o corpo, de socializar e otimizar a vida tem feito muitas pessoas procurarem academias para aprender os primeiros passos das danças de salão. Mas há quem não se conforme com os horários e espaços regulares e extrapole o movimento para encontros de amigos em parques e praças da cidade com o intuito de estudar a dança, trocar passos e afetividades. Neste percurso vimos como fortalezanses estão promovendo através da dança uma saudável relação entre o corpo e a cidade, reinventando usos de espaços públicos.

Foi uma tarde inusitada: pela primeira vez realizamos 2 percursos simultâneos, seguindo roteiros e propostas diferentes e que se integraram ao final.


Percurso 1:
Um ônibus saiu às 15h do Centro Cultural Banco do Nordeste com 40 pessoas, entre elas o Diego Borges (professor, licenciado em Educação Física e especializando em Metodologia do Ensino da Dança) , mediador convidado desta tarde.



Na primeira parada, às 15h30, conhecemos o projeto Dançar Faz Bem, curso de extensão da Universidade Federal do Ceará, que funciona nas noites de terças e quintas e manhãs e tardes de sábado, atendendo à comunidade de dentro e de fora da UFC.





Da UFC rumamos para o Parque Ecológico Adahil Barreto. O local, antes já usado para caminhadas e pique-niques, também tem sido cenário de uma interessante experiência de uso da cidade: pela internet, um grupo de jovens interessado em dança de salão. combina data, horário, ritmos e escolhem um espaço público para trocarem passos e afetividades.


Também elegemos o Parque Adahil Barreto para a realização de uma oficina de dança de salão durante este Percurso Urbano, sob a orientação do prof. Diego Borges. A oficina serviu ainda de preparação para o último momento dessa tarde...




Percurso 2:
Às 16h30 um segundo ônibus carregando cerca de 40 alunos de dança de salão saiu da Universidade Federal do Ceará para uma sequência de 3 flash mobs. O objetivo das intervenções era agregar o maior número de pessoas para transformar três espaços públicos da cidade em salões de baile instantâneos e efêmeros. Em cada espaço foram realizados 3 bailes de aproximadamentes 15 minutos, com rodas de salsa, forró, samba, merengue, zouk...






Ao lado, Universidade Federal do Ceará: concentração do grupo do Percurso 2





Forró sob o planetário do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

Roda de salsa na Praça do Ferreira

Encontro ao final:
Os percursos 1 e 2 convergiram para a Praia de Iracema, onde a partir das 18h15, comecinho de noite, realizamos um grande baile-relâmpago em pleno calçadão à beira-mar. Eram em torno de 80 partcicipantes dos dois percursos e pessoas que estavam ou passavam pelo local também entraram na dança...

Interação dos dois Percursos Urbanos

PerCurso "Histórias de Vida, História da Cidade"

(realizado em 22 de agosto de 2009)

Nesta tarde, transitamos pelos meandros da memória em Fortaleza, conversando sobre as histórias de vida e seu papel como elemento que reconstitui a experiência humana sob um prisma afetivo. Tomamos as lembranças de memorialistas, cronistas e dos próprios participantes como motes para mostrar que sempre se tem algo a contar sobre si, sobre o outro e sobre a cidade...

O Miguel Leocádio Araújo, professor e pesquisador da UECE (Quixadá) foi o mediador.

PerCurso "Coletivo de Artistas"

(realizado em 16 de outubro de 2009 - excepciomalmente num domingo!)

O que pensam pintores, desenhistas e criadores em geral sobre os espaços e políticas voltadas para o desenvolvimento das artes visuais? Nesse domingo o Programa PerCursos Urbanos facilitou o encontro entre artistas e amantes das artes. Os primeiros a entrar no coletivo foram participantes do Fórum Cearense das Artes Visuais, que juntos ao público rumaram para uma encontro com mais artistas do Pirambu e dali para uma visita a artistas do Grande Bom Jardim. Além de fazer novos amigos e conversar sobre processos criativos foi uma oportunidade para todos levantarmos informações sobre a situação das artes visuais em Fortaleza.

Como Mediadores tivemos o Bosco Lisboa, a Lucíola Feijó e a Solange Albuquerque, todos artistas e participantes do Fórum Cearense de Artes Visuais. Carlos Macedo, presidente do Fórum também foi convidado, mas não pode comparecer. Maíra Ortins, da SecultFor, responsável pelo Salão de Abril também apareceu no finalzinho pra compartilhar seu ponto de vista com os presentes.

PerCurso "Lendas Urbanas: Intrigantes, Cabeludas e Misteriosas Histórias Sobre Nós Mesmos"

(realizado em 08 de agosto de 2009)

A Perna Cabeluda, o Cão da Itaoca, a caminonete preta que carregava crianças são exemplos de lendas que ganharam espaço no fértil terreno da oralidade em Fortaleza. As lendas urbanas são atualizações de repertórios da tradição, que se articulam numa rede de cultura viva e móvel. Na época atual se valem de outros suportes como o rádio, o jornal, a internet e além de assustar alguns podem dizer muitas coisas sobre o meio que as alimenta . Que anseios, interdições e desejos nossas lendas urbanas revelam sobre nós? Corria pelos quatro cantos da cidade que era nesse roteiro que os participantes do Percursos Urbanos descobririam...

A mediadora foi a Natália Paiva, jornalista, mestranda em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP.

PerCurso "Turismo Comunitário"

(realizado em 1º de agosto de 2009)

Algumas das críticas feitas à atividade do Turismo surgem devido ao caráter predatório sobre o meio ambiente e as culturas locais e ainda em relação às desiguais relações econômicas que se desenvolvem nas “localidades turísticas”. Outro turismo é possível? Neste percurso fomos conhecer a proposta do turismo comunitário. Numa visita à Comunidade Jenipapo-Kanindé, no Iguape, vimos como a própria comunidade se articula e se torna construrora da cadeia produtiva do turismo ao mesmo tempo em que valoriza o seu patrimônio natural e cultural.

Convidamos para mediadora a Vanessa Luana Oliveira Lima, geógrafa, consultora do Instituto Terramar.

PerCurso "Sou Louco Por Ti, Meu Amor..."

(realizado em 25 de julho de 2009)

Declarações de amor, abandono e solidão, desilusões amorosas são temáticas recorrentes das letras simples do estilo conhecido – por uns assumido e por outros renegado – como Brega. Esse ultra-romantismo que se debulha em lágrimas e tragos presente na música brasileira desde Vicente Celestino, passou a se popularizar nos anos 1950 e 1960 e de lá pra cá tem ocupado as serestas, bares e lares das periferias notadamente do Norte e Nordeste do Brasil. Difundido nas camadas mais populares e desprezado nas demais, a música brega movimenta hoje uma economia considerável: há programas de rádio e TV, circuitos de bandas, shows, comércio oficial e paralelo de CDs... Neste percurso entramos nesse universo ao mesmo tempo emotivo e bem-humorado para entender um pouco mais o cotidiano da gente simples que habita nossa metrópole.

O Mediador da vez foi o simpatissísimo Silvino Neves, apresentador do programa “Clube do Brega”( TV Diário), também amante confesso da literatura de cordel e da cultura popular de Juazeiro do Norte, sua terra natal.

PerCurso "Sons Emergentes"

(realizado em 18 de julho de 2009)

Este roteiro seguiu a história contemporânea da música na cidade. De década a década, os espaços de produção da música autoral em Fortaleza variam sua configuração e seu endereço conforme as demandas de incentivo ao novo - com raros casos de longevidade. As novas tecnologias e as readaptações na forma de se consumir música fortificaram os segmentos dentro do universo musical e transformaram as relações entre quem toca, quem produz e quem consome... Visitamos de estúdios a casas de espetáculo, transitaremos por uma Fortaleza recente, conectada com a cultura universal e um tanto “desapegada” à tradição.

Como mediador tivemos o Felipe Gurgel, jornalista (UFC) e músico; toca no trio instrumental O Garfo e trabalha em diversas frentes de comunicação da cultura, a exemplo da Rede Ceará de Música e da assessoria de bandas e festivais de música independente.

PerCurso "Protestos, Motins e Sublevações "


(realizado em 11 de julho de 2009)

As turbas ou multidões há séculos chamam a atenção dos poderes intituídos e passaram a ter uma visibilidade ainda maior com o advento da industrialização e as decorrentes tranformações do espaço urbano. Autoridades estão sempre atentas às tensões provocadas pelo ajuntamento de indivíduos e ao que isso pode provocar à ordem pública ou até mesmo ao tecido social. A história de Fortaleza é repleta desses momentos de tensão. Neste percurso, tivemos a oportunidade de passear pelos palcos de revoltas e reivindicações bem distintas entre si, cada qual com suas motivações, protagonistas e historicidade próprios: a Confederação do Equador, a Passeata das Crianças contra o Governo Acioly, o confronto estudantil com a polícia, conhecido como Massacre da José de Alencar em 1968. Dos usos dos espaços da cidade como instrumento de luta às formas de controle social urbano, analisamos a memória, os marcos e marcas desses momentos de tensão em Fortaleza.

O Edmilson Maia Jr foi o mediador. Ele é professor da UECE (Quixadá); Mestre em História Social pela UFC, autor da dissertação: “Memórias de Luta. Ritos Políticos do Movimento estudantil Universitário - Fortaleza, 1962-1969”

PerCurso "De Quadro em Quadro: um Passeio pelo Mundo da Animação"

(realizado em 04 de julho de 2009)

Dos zooetrópios e os flipbooks - populares livros animados que criavam a ilusão do movimento a partir da “flipagem” de suas páginas - aos sofisticados filmes contemporâneos produzidos com tecnologia digital a animação é motivo de fascínio em toda cultura do século XX. Neste sábado embarcamos nesse fascinante universo. Conhecemos pessoas e instituições que produzem, ensinam e exibem a famosa arte do cinema de animação em Fortaleza e ainda assistimos algumas dos criativos filmes produzidos em estado.

O mediador foi o André Dias, criador de filmes de Animação e instrutor em oficinas pela Casa Amarela Eusélio Oliveira – UFC.