quarta-feira, 20 de agosto de 2008

PerCurso "Cenas de Uma Paixão Crônica"

Cenas de uma Paixão Crônica (realizado em 3 de maio de 2008)

Tomamos o bonde da história e nos perdemos nas pequenas cenas cotidianas que entrelaçam o fato e a ficção nas esquinas da cidade. A paixão pela urbes é latente em antigos e novos cronistas, flâneurs de ruelas do século XIX e voyers urbanos contemporâneos que compõem o imaginário aquém da janela. O passeio do escritor-jornalista, revivido neste percurso urbano, atravessou sentimentos e becos, bares históricos e fantasmas, mudanças de rumo, praças e passantes,devaneios, desencontros. No caminho, personagens anônimos que tradiram Fortaleza, pelas mãos hábeis do cronista. Milton Dias, Pedro Salgueiro, Rubem Braga foram alguns dos condutores dessa viagem. Mas quem nos trouxe todo esse pessoal, através de seus textos mais queridos, foi a mediadora dessa tarde: Ana Karla Dubiela, jornalista, mestre em Literatura Brasileira e doutoranda em Literatura Comparada.




Na Praça do Carmo, lugar de passagem de vários tipos populares e tantos acontecimentos cotidianos, Ana Karla Dubiela apresanta textos de cronistas que pintaram as cenas do dia-a-dia de Fortaleza.

Leitura coletiva do cronista Pedro Salgueiro, um dos "convidados" de Dubiela, em nossos olhares pela cidade nesse sábado.

Durante a atividade, também foram lidos textos de Rubem Braga o grande mestre da crônica. Rubem Braga também escreveu sobre Fortaleza.

Entre uma leitura e outra, participantes faziam observações e comparações sobre suas próprias percepções a cerca das cidades invisíveis que estão presentes no cotidiano da capital alencarina.

Visita ao Antigo Bar do Estoril. O prédio que na segunda guerra foi utilizado como cassino por militares ianques, também serviu posteriormente de ponto agregador de intelectuais e boêmios da cidade.

Em maio de 2008, o Estoril transmite uma aparência um tanto fantasmagórica. As memórias de uma vida noturna pulsante parecem perambular ainda pelo lugar. Ali, nas conversas de escritores e outros artistas, se construiu um pouco da represntação literária da Fortaleza de uma época. O próprio estoril figura como cenário ou refência em diversos textos literários e memorialistas.

Já ao fim da tarde, o público abancou-se na Praça Gustavo Barroso, em frente ao Liceu do Ceará. Lá, lemos crônica de Raquel de Queiroz que relata sua experiência de prisão durante o Estado Novo, no Quartel do Corpo de Bombeiros (fundo.)

O público debate sobre o gênero Crônica. Respondendo a pergunta dos entrevistadores, Ana Karla afirma: "a crônica literária, essa que se tece entre as linhas do jornalismo e da literatura, é um gênero genuinamente brasileiro".


ronicas

Um comentário:

anakarladubiela disse...

Que saudade!!!
Foi uma tarde gostosíssima, junto de Rachel de Queiroz, do Salgueiro, do Demitri, do Dias...
Beijos ao pessoal da Mediação de Saberes!