quarta-feira, 20 de agosto de 2008

PerCurso "Religiosidade Afro-Brasileira: A Cidade Como Lugar de Culto"

Religiosidade Afro-Brasileira: A Cidade Como Lugar de Culto

Nesse 10 de maio de 2008, nossos movimentos se realizaram em torno de símbolos e ritos presentes – alguns mais visíveis, outros sutis – no cotidiano de Fortaleza: culto a Iemanjá nas praias; culto às Almas Benditas e ao mestre Zé Pilintra no Cruzeiro do Cemitério são João Batista; comércio religioso do centro e de ervas no mercado São Sebastião; lugares de oferendas,como matas, estradas, encruzilhadas, praças e trilhos. A proposta foi observar como são estreitas as relações entre as vivências religiosas afro-brasileiras e o espaço urbano.


Para mediador do PerCurso, convidamos o pai-de-santo Cleudo Pinheiro de Andrade Junior (Pai Olutoji), babalorixá e babá egbé de candomblé, pesquisador e escritor, presidente do IAAGBA (Instituto de Articulação e Assessoria aos Grupos e Beneficiados Afro-cearenses).



Como se faz um pai-de-santo? - brinca Cleudo Andrade Júnior, o Pai Olutoji, enquanto põe suas indumentárias compradas no Shopping, nos camelôes do Centro ou roubadas da vovó...

No Mercado São Sebastião, onde praticantes de cultos afro-brasileiros compram ervas e tem até seção especializada.

Participantes circulam entre vasilhames de barro, enfeites, espelhos e toda sorte de objetos que podem vir a ser utilizados pelo Candomblé.

A sacralização que parte do indivíduo: sou eu ou é você quem diz se esse espelho é sagrado, ou se aquela cadeira tem algum valor místico - diz o babalorixá Olutoji.

Cemitério São João Baptista, lugar de trânsito e devoção para o Candomblé. Para os mais tradicionais do culto, otários (não-crentes) não são bem-vindos. Para a administração do Cemitério, fotografias são restritas. Desafiando céus e terra, marcamos presença!

Cleudo Júnior apresenta um túmulo de indigentes, espaço socialmente sacralizado pelos praticantes do Candomblé.

Em pleno Campo Santo, percurseiros, registram e escutam a palestra itinerante.







Estiveram presentes a este percursos católicos, ateus, evangélicos, umbandistas. Em comum, o interesse pela cultura na cidade.















No extremo sul do cemitério, espaço dos mais pobres e dos indigentes, um pequeno espaço é mantido para devoção ao "Zé Pilintra".















Ladeando o "altar", pés de peão-roxo e espada-de-são jorge. Ou "Kosi ewe, kosi orixá": "sem folhas não há orixás"...
















Cleudo fala da simbologia da luz e do uso coletivo das velas de 7 dias.















As velas de 7 dias são deixadas acesas no cemitério. Sua chama se presta às mais variadas devoções das pessoas que por ali passam, enquanto dura.
















Vênus de Millus, no Passeio Público.










Resignificada como "pomba-gira", sacralizada por algumas das mulheres que trabalham com o mercado do sexo nas imediações, recebe entre as oferendas chocolates e bombons.















Para Cleudo Júnior, pedidos para adociar a vida de amor.














No final, o Babalorixá canta: "um abraço bem dado de bom coração é como uma benção, uma benção".










Participantes pegam corda e se abraçam na praça.












A música, a dança e abraço final marcam o encerramento do roteiro: "Como poderia acreditar num deus que não dança?" - Assim falou Zaratrusta, o Bárbaro.






Cronicas


Participantes "no clima", abraçando também a "Mãe-África" representada pelo baobá do Passeio Público.






Nenhum comentário: